As larvas de bicho-da-farinha conseguem realmente comer plástico?
Pesquisadores descobrem larvas de bicho-da-farinha no Quênia que comem plástico e podem ajudar a combater a poluição global por poliestireno.
- Autora da pesquisa: Fathiya Khamis
Uma descoberta surpreendente pode abrir novos caminhos na luta contra a poluição plástica: larvas de bicho-da-farinha capazes de consumir poliestireno — aquele mesmo material usado em copos descartáveis, bandejas de supermercado e embalagens. 🪱✨
Essas larvas se juntam a um pequeno grupo de insetos já identificados como capazes de decompor plásticos, mas o destaque vai para o fato de que, pela primeira vez, um inseto nativo da África foi encontrado realizando tal tarefa.
Larvas de bicho-da-farinha que comem plástico: descoberta pode ajudar a reduzir a poluição
O desafio do plástico na África
Embora a poluição plástica seja um problema global, alguns países africanos enfrentam uma situação crítica devido à importação excessiva de produtos plásticos, ao baixo índice de reutilização e à quase inexistência de sistemas de reciclagem. Isso agrava os impactos ambientais e sociais causados pelo acúmulo de lixo.
A descoberta no Quênia
Uma equipe de cientistas do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos (icipe), no Quênia, descobriu que as larvas do verme-da-farinha menor (Alphitobius diaperinus) podem mastigar e degradar poliestireno.
- O período larval do inseto dura entre 8 e 10 semanas.
- Ele é comumente encontrado em galpões de criação de aves, que oferecem calor e alimento em abundância — condições ideais para sua reprodução.
- Durante a digestão, as larvas contam com bactérias em seus intestinos que ajudam a decompor o plástico.
O papel das bactérias intestinais
O estudo foi além da simples observação do consumo do plástico. Os cientistas analisaram a microbiota intestinal dos insetos e descobriram que a composição bacteriana muda de acordo com a dieta. Isso é fundamental para entender quais microrganismos e enzimas estão diretamente envolvidos na quebra do poliestireno.
Essa informação pode permitir, no futuro, isolar e aproveitar essas bactérias e enzimas em larga escala, transformando-as em aliadas biotecnológicas para combater a poluição plástica.
Um futuro promissor
Embora ainda seja cedo para falar em soluções práticas e em larga escala, a descoberta abre caminho para novas estratégias sustentáveis de gestão de resíduos plásticos. Se a ciência conseguir replicar e potencializar esse processo, a natureza poderá oferecer uma chave inesperada para um dos maiores problemas ambientais do século.
🌍♻️ Da fazenda de aves às pesquisas de laboratório, os pequenos bichos-da-farinha podem se tornar grandes aliados na luta contra o plástico.
O que vem depois

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